sábado, 20 de março de 2010

: : As Primeiras Gerações : :

: : As Primeiras Gerações : :


O sobrenome Stricker (originalmente von Stricket) pertence aos mais antigos da Região de Ibbenbüren, situada na Vestfália (ou Westfalen), oeste da Alemanha atual, nas proximidades da Floresta de Teutoburgo (Teutoburger Wald).
Trecho da Floresta de Teutoburgo, região de Ibbenbüren e Dörenthe, berço dos Stricker
Célebres formações rochosas nas proximidades de Dörenthe, conhecidas como "Dörenther Klippen"


Já no século XII os Cavaleiros von Stricket são documentados como vassalos dos nobres de Ibbenbüren. De acordo com um antigo documento de 14 de janeiro de 1189, o Bispo Bernhard von Paderborn - pertencente à nobilíssima família dos von Ibbenbüren -, doara, de comum acordo com sua irmã Gerberg e filhos de sua falecida irmã Hildeburg (Winnemar e Arnold von Thedem), toda a sua herança para a Igreja de Paderborn, requerendo, contudo, que a mesma fosse cedida ao seu primo, o Conde Simon de Tecklenburg, como feudo.
Por conta disso, no final daquele século (XII) ocorreu uma cisão entre esta nobre dinastia. Tão logo o Conde Simon de Tecklenburg recebeu como feudo o domínio de Ibbenbüren, opôs-se o nobre Albert von Ibbenbüren às tentativas de anexação das terras por parte do Conde de Tecklenburg. Albert, que era casado com a nobre Sophie von Stricket, contou com o apoio de seu sobrinho Konrad von Stricket nesta luta. Ao final dos combates, o conde Simon se sagrou vencedor, sendo que Albert acabou preso e cego, enquanto que seu sobrinho Konrad von Stricket foi desterrado.

Panorâmica do centro da cidade de Ibbenbüren, hoje com cerca de 51 mil habitantes, vista a partir das colinas de Dörenthe


Portal do Castelo de Tecklenburg


Assim, enquanto os Stricket da região de Dörenthe continuaram sob o domínio do Conde Simon de Tecklenburg, Konrad arcou com as conseqüências de seu ato e transferiu-se para a região de Horstmar, passando a atuar para seu primo, o nobre de Horstmar. Ele tornou-se administrador (Castelão) dos Castelos de Horstmar e Nienborg e ao mesmo tempo recebeu como feudo em Eggerode o Oberhof (cúria).


A pequena cidade de Horstmar, atualmente com cerca de 7 mil habitantes.


Também passou a ter o direito patronal sobre a Igreja de Eggerode. Igualmente a Capela de Peregrinação de Eggerode é uma doação da família nobre (Stricket). A imagem milagrosa dessa capela apresenta um estilo bizantino e provêm do século XIII. Nos séculos posteriores os Strickets de Eggerode tiveram muita inclinação para a Igreja, estando comprovado que a Capela de Nossa Senhora, da antiga Igreja de Horstmar, foi uma doação dessa família. Ela continha a imagem milagrosa de Nossa Senhora das Dores e servia de mausoléu para os von Stricket.
No ano de 1351, Conradus de Strick, sua mulher Holtke e seu filho Albert doaram ao Convento de Gross Burlo, perto de Borken, cinco chácaras de Eggerode, para que numa dessas chácaras fosse construído um Convento dos Wilhelmitas. Nas cinco chácaras doadas estão incluídas a chácara do prefeito de Eggerode e a casa do guarda florestal da paróquia de Eggerode. O novo convento foi construído na paróquia de Darfeld, bem na divisa com Eggerode, e foi chamado Klein-Burlo, perto de Borken. Mais tarde este convento foi transformado em Convento dos Zisterzienser e como tal permaneceu até acontecer a última decisão do Sacro Império Romano Germânico, ou seja, secularizar o que era eclesiástico (que ficou sujeito à lei civil).
Num outro documento, do ano de 1435, é mencionado o Molhe dos Strickes, na paróquia de Eggerode. Uma pequena ponte que se eleva sobre Vechte nas proximidades da aldeia denominada Strickes Schemm, conserva ainda hoje a memória da família nobre von Stricket. Num epitáfio da Igreja de Peregrinação de Horstmar está mencionado um “Conradus de Strick”, como falecido no ano de 1485.

Brasão de Ibbenbüren


Brasão de Tecklenburg
Brasão de Horstmar


Com relação ao grupo familiar que permaneceu vivendo em Dörenthe, sabemos relativamente bastante a respeito da linhagem desses nobres. Como dito acima, a nobre Sophie von Stricket casara com Albert von Ibbenbüren. Seu sobrinho Konrad trabalhou para os Horstmarer, enquanto que o irmão deste, o Cavaleiro Gyselbert de Strick, permaneceu em Dörenthe, sendo o tronco da linhagem de Cavaleiros que se seguiu.
Em 1253 o Cavaleiro Gyselbert de Strick, juntamente com seus filhos Heinrich e Konrad, ambos pagens, assinaram um documento de transferência de bens. A doação das terras deu-se no dia de São Dionísio.
Konrad de Strick, filho do acima citado (Gyselbert), constava como Cavaleiro do Conde de Tecklenburg no período de 1263 a 1279. O filho de Konrad, Gyselbert de Strick, foi mencionado, de 1277 a 1284, como Cavaleiro.
Em 01o de setembro de 1283, o Bispo Everhard von Münster comunicou a venda por parte do nobre Gyselbert von Stricket, da chácara Rodde bei Rheine ao Convento Gravenhorst, transferindo a posse dessa propriedade ao convento.


Convento de Gravenhorst, em Hörstel


Nesse documento era denominado como administrador (Castelão ou Burgrave) de Tecklenburg, o que significava uma distinção para um Cavaleiro. O Burgrave (ou Burggraf, em alemão), que tinha a dignidade de Conde, era o apoio decisivo na administração do condado. Justamente por ter sido Gyselbert von Stricket um Burgrave ou Castelão, as propriedades de Dörenthe foram-lhe dadas, por herança, como feudo. Com esta distinção, o Cavaleiro Gyselbert obteve uma influência sobre a política de seu senhor, o qual agora, por exemplo, precisava de seu consentimento para poder iniciar uma contenda.
No ano de 1284 aparecia Gyselbert pela última vez como Burgrave, enquanto que seu filho Heinrich constava ainda como pagem.
O filho mais jovem de Gyselbert, Konrad, constava como pagem até 1286. De 1286 até 1300 aparecia o acima citado Heinrich de Strick como Cavaleiro e Burgrave do Conde de Tecklenburg. O filho desse, também Heinrich, consta como pagem até 1288. E, desde esta data até 1315, como Cavaleiro.
Seu filho Arnold de Strick, como pagem do Conde de Tecklenburg, vende no ano de 1342, de comum acordo com sua esposa e seu filho Gyselbert, a chácara denominada Berentelget em Mettingen. De um documento de 15 de junho de 1345 tomamos conhecimento que Arnold e seu filho Gyselbert doaram numerário para o Asilo de Ibbenbüren. Ao mesmo tempo, Arnold fez grandes doações para a paróquia de Ibbenbüren. No ano de 1403, os Senhores de Strick cedem os seus direitos feudais ao Barão Essekying bei Borken.

Antiga imagem de Dörenthe e de seu porto fluvial, domínio feudal dos Stricker na Idade Média, de onde detinham o título de Cavaleiros (Ritter von Dörenthe)

Vista atual de parte da área portuária de Dörenthe


Percebe-se pelos dados acima, afora outros documentos existentes, que o sobrenome Stricker mudou muitas vezes, no decorrer dos séculos. Assim é que, de 1189 ao século XIII, é grafado como "von Stricket"; no século XIII aparece como "de Strick"; de 1300 até 1475 como "von Strick"; até 1550 como "to Strick"; até 1680 como "ter Strick"; até 1750 como Stricker, forma que foi mantida pelo ramo brasileiro da família, eis que na região de Dörenthe o ramo original passou a grafar-se Kleine-Stricker e Grosse-Stricker, em alusão às duas propriedades remanescentes do antigo castelo feudal.

Sinalização indicativa: Dörenthe é aqui!Parque Natural em Dörenthe

Vista parcial da localidade de Dörenthe, que conta com cerca de 1.400 habitantes, hoje um distrito da cidade de Ibbenbüren

Inverno de 2010 em Dörenthe


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