quinta-feira, 3 de junho de 2010

: : Balanço do Evento! : :

: : Balanço do Evento! : :


Caros familiares!! Primas e primos!!

Depois de um pequeno recesso, passados pouco mais de 10 dias do Encontro que reuniu nossas famílias, volto até vocês para fazer um balanço do que conseguimos realizar, registrando em palavras, para o futuro, um pouco do que foi esse momento histórico que envolveu a todos nós.

21/maio/2010
- dia dos 130 anos de imigração!!
Inicialmente, na 6ª feira, dia 21/maio/2010, data exata em que comemoramos a chegada dos nossos ancestrais imigrantes ao Brasil, naquele já longínquo ano de 1880, reunimos alguns parentes no salão da AJAO para a montagem dos painéis visando o Encontro do dia seguinte (22/maio).
Como por hábito, fui o último a chegar! Imperdoável mas... temo que incorrigível!
Dirigi-me para lá acompanhado do primo Thiago Cezar Danilo, sobrinho-neto de minha mãe Miriam (Stricker) da Silva, que se dispôs a participar e me procurou a respeito no escritório onde atuo.
Uma vez estando na AJAO, deparei-me com... um salão vazio!... Ninguém estava lá!... Seria possível que nenhum familiar tivesse atendido ao pedido que fiz por mail? Talvez estivessem apenas atrasados... No entanto, observei que, estranhamente, os 5 painéis cedidos pela AJAO já estavam colocados lado-a-lado, junto à parede lateral direita do salão. Começamos, Thiago e eu, a separar o material que trouxemos e que depositamos em uma das mesas centrais, ou seja, cópias feitas na manhã do mesmo dia de documentos, brasão e fotografias antigas de família, além de trechos de um livro ("Os Pioneiros" - vol. II) na parte que trata da vinda do vapor "Valparaiso" ao Brasil com a lista dos passageiros daquele navio, dentre os quais os Stricker e os Mai (May).
De repente... entra no salão um senhor que eu não conhecia, perguntando se eu era o Paulo. Respondendo afirmativamente, ele se apresentou: "Sou Curt Zastrow". E finalmente pude conhecer o primo Curt, com quem trocara tantos mails, neto do meu tio-bisavô Hermann Stricker (filho do imigrante Gottlieb Stricker). Em seguida, disse-me que estavam todos reunidos nos fundos do salão, com a proprietária do restaurante, apenas aguardando a minha chegada. Ou seja: o único atrasado era eu, não eles!!

Mal terminou de falar e uma legião de primos adentrou ao salão: Maud Seidel Plothow (neta de Reinhold Stricker, filho do imigrante Gottlieb Stricker), Haidy Rosanne Dittberner Grigull (neta de Auguste Stricker-Dittberner, filha do imigrante Gottlieb Stricker), Irene Strücker Strelow (neta de Ernst Stricker, filho do imigrante Gottlieb Stricker), Miriam Matilde May Jannunzzelli (neta de Emil Christlieb Paul May, filho da imigrante Caroline Strickert-May) juntamente com seu marido Luiz Gonzaga Jannunzzelli, e Décio Aquiles Fischer (neto de Carl Stricker, filho do imigrante Gottlieb Stricker). Também esteve conosco a Sra. Marli Marlene Holz, proprietária do restaurante e que, de repente, descobriu que seu avô paterno (da família Dix) era irmão de Selma Dix Stricker (segunda esposa de meu tio-bisavô Hermann Stricker)!

A partir desse momento, que grande grupo se formou! Parecia que todos ali se conheciam há anos! Muita alegria e descontração marcou aquele momento, que iniciou em torno das 16 horas e finalizou perto das 19 horas, quando os últimos deixaram o local.
Como uma verdadeira equipe, logo começamos a cortar os adesivos e a prendê-los no verso das fotografias, documentos, brasões, etc., decidindo que deixaríamos apenas 04 painéis alinhados e, o quinto, seria colocado em diagonal, no canto frontal direito do salão, junto a uma mesa com objetos antigos de família sobre ela.
Feito isso, fixamos no primeiro e no último painéis o brasão dos Stricker, bem ao centro, dispondo o material da forma seguinte:
a) no primeiro painel, dedicado à imigração, colocamos cópias extraídas do livro que trata do navio Valparaíso e seus passageiros, tendo ao centro nosso brasão.
b) no segundo painel, os documentos antigos da família, incluindo: registro de óbito de Wilhelmine Weber Strickert (mãe dos imigrantes), extraído do livro da igreja de Schönwalde, além dos registros de batismo dos irmãos Hermann e Ulricke Stricker (do livro de batismos da mesma igreja); registro de batismo de Auguste Freitag Stricker; registro de batismo de Reinhold Stricker; carteira de trabalho e título de eleitor de Reinhold Stricker; anúncio de óbito de Carl Stricker; documento de compra de terras de Reinhold Stricker, de 1907; lembrança de batismo assinada por Hermann Stricker ao sobrinho Willy Stricker e de Verena Krüger (depois Verena Krüger Stricker) à sobrinha Miriam Stricker; carta datada de 1915 de August Bretzke à irmã Auguste Freitag Stricker; carta do Sr. Friedrich E. Hunsche, de Ibbenbüren, em 1980, relacionando os nomes e endereços de 2 parentes Stricker na Alemanha e 5 Freitag (4 na Alemanha e 1 nos Estados Unidos); carta do primo Olav Karel Strikker, da cidade de Delden, Holanda, em 2003, enviando documentos obtidos com pesquisadores da Pomerânia sobre os Stricker.
c) no terceiro painel, fotografias de várias épocas iniciando por aquela de 1911, em que a imigrante Auguste Freitag Stricker aparece ladeada por 10 dos seus 11 filhos, além de alguns genros, noras e netos.
d) no quarto painel, com o brasão da família ao centro, colocamos no alto o histórico da família May escrito pela prima Miriam Matilde May Jannunzzelli, e cópias de documentos e fotografias do ramo May trazidas pela mesma prima.
e) no quinto painel colocamos o selo postal dos Stricker ao centro, deixando espaço para, ao seu redor, poderem ser colocadas outras fotografias trazidas no dia da festa pelos demais parentes. Sobre a mesa, quadros e fotografias originais trazidas pelos primos Haidy Grigull e Curt Zastrow.

Quando já estávamos concluindo a montagem, também compareceu o primo Adilson Strelow (marido de Irene Strücker Strelow), que vindo de uma viagem rumou direto para a AJAO. Em conversa com a prima Haidy Grigull, combinaram de trazer bandeiras da Alemanha e do Brasil para colocar acima dos painéis, o que de fato ocorreu.

22/maio/2010 - dia do nosso Encontro!!
A partir das 10 horas da manhã, comparecemos ao Pórtico de Joinville, na entrada principal da cidade onde, junto ao Moinho lá existente, aguardamos a reunião dos familiares. Parentes de diferentes ramos ali se encontraram, como os primos Maria das Neves Stricker, sua filha Ana Maria e genro Romildo Offmamm (de Castro-PR); João Carlos Teixeira Strickert e esposa Sonia, (de Ponta Grossa-PR); Herlon Stricker do Valle (de Goiânia-GO), com a mãe Eunice e as irmãs Carolline e Gabrielle; Carlos Stricker e família (
de Lapa-PR); Miriam Matilde May Jannunzzelli e seu marido Luiz Gonzaga Jannunzzelli (de São José dos Campos-SP); Haidy Rosanne Dittberner Grigull e marido; Décio Aquiles Fischer; Curt Zastrow e esposa, Norma Dumke, Thiago Cezar Danilo, minha mãe Miriam, meu irmão Luiz Fernando e sua noiva Bianca; dentre outros. Presente também o jornalista Roberto Szabunia, do jornal local "Notícias do Dia".
Cerca de 10:20 horas formamos uma comitiva de carros rumo ao cemitério luterano da Estrada do Sul (atual Rodovia do Arroz), onde já lá nos aguardavam outros parentes, que preferiram se dirigir diretamente ao local. No todo, éramos 51 familiares reunidos naquele campo santo. Lembrei de dizer que os comentários na cidade eram de que, desde 1880, quando 12 membros da família aqui aportaram, nunca antes Joinville fora invadida por tantos Stricker e May de uma só vez!!
Reunidos os familiares em um grande círculo, coloquei-me ao centro e proferi algumas palavras sobre a vinda de nossa família, os motivos que os trouxeram, os momentos iniciais, lendo também um trecho de um livro onde um imigrante alemão descrevia os sentimentos de dor pela partida da pátria e de ansiedade pelo que o esperava no novo território.
Após, depositei um ramalhete de flores (crisântemos brancos e amarelos) no túmulo de Gottlieb Stricker, proferindo mais algumas palavras e saudando nosso antepassado com as palmas de todos. O primo Theobald Ehrhardt Müller, que lá estava com a irmã Milda Müller Schmitz (ambos netos de Anna Stricker Mueller, filha do imigrante Gottlieb Stricker), depositou no mesmo túmulo um vaso contendo flores-de-maio amarelas.
Em seguida, junto ao túmulo de Auguste Freitag Stricker, depositei outro ramalhete de flores (também crisântemos brancos e amarelos), quando então falei mais algumas palavras e saudamos nossa antepassada com uma salva de palmas. Naquele momento recebi um telefonema do ex-deputado estadual Raulino Rosskamp, cumprimentando-nos a todos pela data, em nome da Sociedade Cultural Alemã de Joinville (Deutsche Kulturverein Joinville), sendo ele descendente direto de uma família pioneira que chegou a Joinville no dia de sua fundação, a 09 de março de 1851.
O primo Décio Aquiles Fischer também fez uso da palavra com uma mensagem de agradecimento pelo evento que estava sendo realizado.
Na sequência, fotografias de todos os lados foram feitas, reunindo os familiares em pequenos ou grandes grupos, e a alegria de estarmos ali reunidos criou um clima de união e confraternização. Apesar do céu cinzento, entremeado por raros rasgos de luz, e do horário para o almoço que se aproximava a passos ligeiros, ninguém estava com pressa de deixar o local. Felizmente o mau tempo, nublado, foi só uma ameaça, permitindo que toda a cerimônia ocorresse sem chuva.

22/maio/2010 - segunda parte do nosso Encontro!!
Concluída a cerimônia no cemitério luterano da Estrada do Sul, dirigimo-nos em caravana, uma vez mais, mas agora rumo à sede da AJAO onde, no restaurante Família Holz, seria realizado nosso almoço.
Lá chegando, após percorrer um trânsito insano, já estava o salão repleto de familiares, bem como a varanda coberta. Os carros tomavam conta de praticamente todo o estacionamento.
Quanta alegria!! Quanta felicidade!!
Todos reunidos, mais de 100 familiares, com o sentimento de que, ali, ninguém era um estranho, todos fazíamos parte de um mesmo clã, com uma origem comum que nos enlaçava a todos. Pudemos sentir, naquele instante, que somos e pertencemos a uma grande e bela família!!
Adentrando ao salão, percebi as mesas cobertas com toalhas brancas e, sobre elas, cobre-manchas nas cores azul e dourado, alternadamente, conforme prometido, que são as cores do nosso brasão.
Na lateral esquerda do salão, um data-show exibia, na parede, apresentações de grupos musicais da Alemanha, de diferentes estilos, providência adotada pelo primo Adilson Strelow e sua filha Larissa Strücker Strelow. Na lateral oposta, os 5 painéis e, agora, 2 mesas, pois novas fotografias, livros e objetos de família chegaram e foram lá colocados, além da genealogia que imprimi no dia anterior. Sobre o primeiro painel, uma bandeira da Alemanha trazida pelo primo Adilson. Sobre o terceiro e quinto painéis, bandeiras da Alemanha e do Brasil, respectivamente, trazidas ambas pela prima Haidy Grigull.

Reunidos os familiares no salão, usei da palavra para falar daquele momento, da nossa origem comum, dos painéis e seu conteúdo.
Foi servido o almoço em um grande buffet, conforme cardápio pré-contratado, tendo à parte outro buffet, mas de sobremeas.

A todo instante os familiares circulavam entre as mesas conversando com esse ou aquele grupo, acompanhando a exposição e tirando fotografias. O jornalista e a fotógrafa do jornal "Notícias do Dia" também lá estiveram presentes, fazendo cobertura que foi publicada na edição de 2a. feira (dia 24/maio/2010).

Usando mais uma vez da palavra, lembrei que, como não obtivemos patrocínio nem arrecadamos valores junto aos parentes, não foi possível providenciar uma lembrança do evento para cada um. No entanto, entendemos como importante fazer uma pequena homenagem a algumas pessoas ali presentes, que representavam grupos de famílias.
De início, considerando que, dentre os presentes, o familiar com mais idade era Helena Clara Maria Mathilde Vollrath Stricker (viúva de Paulo Stricker, neto do imigrante Gottlieb), a qual se encontra com 90 anos incompletos, entregamos à "tante Leni" um pequeno vaso feito de um tronco de árvore (lembrando que ela representa o tronco da família), contendo flores do campo e uma orquídea amarela ao centro.
Após, entregamos um exemplar do brasão da família, feito em papel couché, em um envelope branco, ao primo Alvício Strücker, único neto do imigrante Gottlieb Stricker ainda vivo, o qual, emocionado, proferiu algumas palavras, lembrando ser filho de Ernesto Stricker, seguido das palmas de todos, em especial de sua esposa, filhos e netos que o aplaudiram de pé.
Na sequência, foi entregue ao primo João Carlos Teixeira Strickert, como descendente do imigrante Friedrich Strickert e representando o grupo familiar que se estabeleceu em Castro-PR, um exemplar do brasão, tendo ele também usado da palavra, sob os aplausos de todos.
Então, foi a vez da prima Miriam Matilde May Jannunzzelli, como descendente dos imigrantes May, receber um exemplar do brasão, que, com emoção, agradeceu, lembrando ser filha de Waldomiro May, neta de Emílio May e bisneta do imigrante August May, ao que foi vivamente aplaudida também.
Por fim, recordei o fato de que, na Europa, algumas famílias ainda mantém a tradição de preservar e respeitar a figura do "Chefe da Família", que é o representante do ramo mais velho da família, por varonia, o qual coordena os encontros familiares, cuida para que a história da família se mantenha viva e a genealogia atualizada, representa a família em eventos, etc. No nosso caso, considerando que o imigrante Gottlieb Stricker era o mais velho de 3 irmãos, e que de seus 11 filhos o mais velho era Julius Stricker, e que dos 7 filhos de Julius o mais velho era Otto Stricker, e que dos 8 filhos de Otto o mais velho era Heinz Stricker, e que Heinz tivera um único filho homem - Carlos Stricker -, presente ao evento, seria ele, Carlos, o Chefe da Família Stricker se, também entre nós, fosse adotada essa antiga tradição européia. Portanto, chamei o primo Carlos Stricker para também receber um exemplar do nosso brasão ancestral, conferido inicialmente a nosso antepassado Gyselbert von Stricket no distante ano de 1349.
Visivelmente emocionado, o Chefe do nosso clã agradeceu a homenagem, proferindo algumas palavras e sendo vivamente aplaudido.
Fotografias foram tiradas por diversos parentes em toda a sequência de homenagens.

Em um determinado momento, o primo João Carlos Teixeira Strickert comentou que, eventualmente, o próximo encontro da família poderia ocorrer em Castro-PR, pois naquela cidade bem como no Estado do Paraná há uma grande quantidade de familiares. Vejo essa sugestão como excelente, pois facilita os deslocamentos dos parentes que moram em diferentes cidades e Estados, permitindo uma maior integração.

Chegada a hora do café, cucas alemãs (as "kuchen") foram servidas, de variados sabores. Naquele momento, uma surpresa: a mesa dos doces estava encabeçada por uma grande torta gelada feita carinhosamente pela prima Hildegard Stegeman Zastrow, auxiliada por seu marido, nosso primo Curt Zastrow, que anunciei aos presentes como sendo "o bolo oficial dos 130 anos".

No curso da tarde, o escritor joinvilense Olavo Raul Quandt compareceu e nos presenteou com a cópia digitalizada de seu livro "Mil Pomeranos", que trata de famílias que se fixaram em Joinville no século XIX, vindas, todas, da Pomerânia, de onde partiram os Stricker e May em 1880. Em uma mensagem escrita, que li aos presentes, mencionou que também a família dele - Quandt - era procedente de Schönwalde, na Pomerânia, a mesma aldeia de onde partiram nossos antepassados.

A se destacar, também, que durante todo o evento realizado na AJAO contamos com a presença ilustre de nosso primo Eduardo Fischer, atleta olímpico, destaque da natação brasileira e orgulho da nossa família. Eduardo é neto de Hedwig Stricker Fischer, bisneto de Carl Stricker e trineto do imigrante Gottlieb Stricker.

Por fim, todos os familiares, tendo ao centro o Chefe da Família - Carlos Stricker -, reuniram-se na grande escadaria que dá acesso ao salão da AJAO e, em clima de grande felicidade, deixaram-se fotografar seguidas vezes, por diferentes câmeras.

Pelo salão circulavam os jornais "Noticias do Dia" e "A Notícia", ambos de Joinville, que na edição daquele mesmo dia estampavam ampla matéria sobre o Encontro.

Todo o evento se encerrou por volta das 17 horas, quando os últimos parentes deixaram o local. Repito aqui as palavras que me disseram dias depois: "quem não veio, perdeu!"


Ao todo, dos 133 familiares que confirmaram presença, 113 compareceram, vindos de 04 Estados brasileiros (Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Goiás) e 12 cidades (Joinville-SC, Jaraguá do Sul-SC, Schroeder-SC, Guaramirim-SC, Curitiba-PR, Ponta Grossa-PR, Lapa-PR, Castro-PR, Paranaguá-PR, Santos-SP, São José dos Campos-SP e Goiânia-GO).
Pretendemos reunir o material relativo ao Encontro (eventuais filmagens além de fotos, matérias publicadas em jornais e material sobre a origem da família) para editarmos um DVD, que poderá ser distribuído aos parentes como um registro desse momento histórico para todos nós. Peço, portanto, que me enviem as fotos e filmagens que tiverem consigo.

Por fim, só posso agradecer à paciência de todos vocês, primas e primos, que durante os últimos 03 meses têm recebido meus mails, scraps, telefonemas e, com a maior boa-vontade e amizade, os têm respondido e enviado dados genealógicos, bem como participado com suas sugestões e apoio.

E fico aqui torcendo para que este não tenha sido um evento isolado, mas o início de muitos encontros que ainda faremos! E que essa idéia se propague, atingindo um número sempre crescente de familiares, encontrando eco nas gerações mais novas.
Embora longo, esse mail poderá servir como um roteiro para futuros Encontros. Aos que aqui compareceram, sua leitura servirá como uma recordação daqueles momentos felizes. Aos que não tiveram oportunidade de vir, poderão ter uma idéia do que vivenciamos e da alegria que sentimos.

Um forte abraço a todos e... até a próxima!!
 
Paulo Roberto da Silva
(filho de Miriam Stricker/da Silva, neto de Willy Stricker, bisneto de Reinhold Stricker, trineto do imigrante Gottlieb Stricker)


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sábado, 20 de março de 2010

: : A Família STRICKER em Imagens : :

: : A Família STRICKER em imagens : :
= Os Arquivos da Linhagem dos Stricker =
Procurando nas casas de nossos parentes ou até mesmo junto ao Arquivo Histórico de Joinville, podemos encontrar - aqui e ali - fotos, documentos ou jornais antigos que retratam aspectos da vida dos membros da antiga e nobre Linhagem dos Stricker (originalmente "von Stricket").
Este grupo familiar, como já relatado, teve seus primeiros registros sob esse nome no século XII, embora sua longa história genealógica alcance vários séculos antes.
As lembranças de cada um de nós são muitas e ainda não há, atualmente, nenhum site reunindo todas essas histórias do nosso passado.
Para tentar preencher esta lacuna e compartilhar as memórias dos Stricker com os familiares e amigos deste clã familiar, decidimos abrir um espaço oferecendo a todos um álbum de fotos intitulado "Arquivos da Linhagem dos Stricker." Se você também possui fotos interessantes e antigas, por favor, envie-nos com alguma legenda para que possamos publicá-las.

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: : Projeto 130 Anos dos STRICKER e STRICKERT MAY no Brasil e Programação do Evento : :



S T R I C K E R e STRICKERT-MAY


130 ANOS DE IMIGRAÇÃO

1880 - 2010


: : P r o g r a m a ç ã o : :


Até o presente está confirmada a seguinte programação relativa aos 130 anos da chegada do imigrantes Stricker e Strickert-May ao Brasil:

1) Data: 22/maio/2010 - breve cerimônia em memória dos imigrantes
Stricker e Strickert-May que, no já distante ano de 1880, empreenderam a viagem de travessia do Atlântico rumo ao Brasil, a ser realizada no pequeno Cemitério Luterano da Estrada do Sul (atual Rodovia do Arroz / Rodovia SC-413), com a colocação de flores junto ao túmulo do casal de imigrantes Gottlieb Stricker e Auguste Freitag Stricker, diante de familiares e demais presentes.
Considerando ser provável que parte dos familiares, principalmente os de outras cidades, tenham certa dificuldade em encontrar o local onde se situa o Cemitério Luterano, entendemos ser mais acertado que, antes, todos os que pretendam participar da cerimônia se reúnam junto ao Pórtico de Joinville, no encontro da Rua XV de Novembro com a Rodovia BR-101, que é local de fácil acesso e identificação para todos, já que consiste na entrada principal da cidade de Joinville. Dali sairemos todos, em comitiva, para a Estrada do Sul.
Horário: 10 horas
Endereço: Rua XV de Novembro, Pórtico da Cidade de Joinville

Pórtico de Joinville, entrada principal da cidade, Rua XV de Novembro com Rodovia BR-101Igreja Luterana da Estrada do Sul (Rodovia do Arroz), ao lado da qual fica o pequeno Cemitério Luterano onde estão sepultados os imigrantes Gottlieb e Auguste Stricker


2) Data: 22/maio/2010 - confraternização entre os familiares, a se realizar na sede da AJAO (Agremiação Joinvilense de Amadores de Orquídeas), em Joinville-SC, onde se encontra instalado o Restaurante Família Holz, local onde haverá almoço, apresentação da história e da genealogia da família, além de fotos e documentos antigos, brasão e selo postal, seguido de café da tarde. Há estacionamento gratuito no local.
Horário: a partir das 12 horas
Endereço: Rua Saguaçu nº 212 (lateral da Avenida Beira-Rio, que naquele trecho se chama Avenida Hermann August Lepper), Bairro Saguaçu (praticamente Centro), fones: (47) 3422-2206 e (47) 3025-3618, Joinville-SC
Sites: http://ajao.com.br/ e http://www.familiaholz.com.br/
O endereço da AJAO poderá ser mais facilmente acessado através do seguinte link do google maps:

Exibir mapa ampliado

Sede da AJAO e do Restaurante Família Holz, local do evento, em Joinville-SC



DETALHES IMPORTANTES SOBRE A PROGRAMAÇÃO


1) o salão da AJAO/Restaurante Família Holz comporta até 220 pessoas sentadas, sendo que as mesas terão toalhas brancas, cobertas com cobre-manchas nas cores azul e dourada, alternadamente, que são as cores do brasão da Família Stricker;

2) no local será exibido o selo postal criado pelos Correios do Brasil e que homenageia a Família Stricker, cujos exemplares podem ser adquiridos nas agências de correios de todo o Brasil ao custo de R$ 30,00 a folha contendo 12 selos (R$ 25,00 cada folha na aquisição de duas, totalizando 24 selos ou R$ 50,00).

Teremos à disposição também vários painéis divisórios para que neles sejam fixados o brasão, o histórico da família, a genealogia (a ser atualizada até aquela data) e cópias de fotografias e documentos que retratem um pouco da nossa trajetória familiar;

3)
o local fica situado em uma privilegiada área verde da nossa cidade, tendo ao lado o Parque Adalberto Schmalz e, logo adiante, a via de acesso ao Parque Zoobotânico;

4)
o buffet que haverá no salão será composto de:
a) carnes:
- alcatra grelhada com tomates e queijo;
- frango à califórnia;
- língua ao molho de ervilhas;
- pernil à brasileira;
- lasanha de frango;
b) acompanhamentos:
- arroz;
- espaguete a alho e óleo;
- purê de batata;
- arroz à grega;
- buffet completo de saladas e molhos frios;
- maionese;
- batata palha;
- farofa;
- banana à milanesa.
Preço: R$ 15,00 por pessoa
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: preço válido para adultos e maiores de 10 anos. Crianças de 05 a 09 anos pagam meio buffet. Crianças de 0 a 04 anos não pagam.5) haverá também um buffet de sobremesas, que é parte integrante e obrigatória do almoço, ao custo de R$ 1,50 por pessoa, e que é composto por:
- sagu de vinho ao molho de leite;
- manjar branco com ameixas pretas;
- banho-maria;
- gelado de pêssego;
- gelatina com frutas.

6) IMPORTANTE: os valores relativos ao buffet principal e de sobremesas totalizam R$ 16,50 por pessoa e serão cobrados antecipadamente, até a semana do evento (no máximo até 02 dias antes, ou seja, até 20 de maio), sendo que a adesão ao buffet principal implica na adesão, também e obrigatória, ao de sobremesas;

7)
com relação às bebidas, serão cobradas apenas no local, conforme o consumo de cada pessoa, cujos valores são os seguintes:
a) batidas, na entrada: R$ 1,00 por pessoa;
b) refrigerante: R$ 2,00
c) cerveja: Antarctica/Malzbier/Skol/
Brahma = R$ 4,50; Bohemia = R$ 5,00.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: no local, o Restaurante somente aceita pagamentos em dinheiro, cheque ou cartão de débito VISA. Não são aceitos outros cartões de débito e nem cartões de crédito.

8) o aluguel do salão ficou em R$ 400,00, que já se encontra pago desde o dia 30/abril/2010, e que poderá ser rateado entre todos que confirmarem presença;

9)
o local cobra, também, um custo de R$ 60,00 por garçom (um para cada 25/30 pessoas), mas esse custo será absorvido por mim.

10) à tarde, após o almoço, será servido café com cucas alemãs, sem custo para os presentes.

11)
IMPORTANTE: não haverá a contratação de profissional para filmar e/ou fotografar o evento, até porque tais profissionais costumam cobrar alto preço por esse serviço. Assim, se dentre os presentes no dia do evento houver alguém que possa fotografar e/ou filmar, poderemos, após, reunir todo o material em um DVD a ser distribuído entre os que quiserem conservar consigo essa lembrança do dia.Qualquer dúvida ou esclarecimento, por favor, não se acanhem! Afinal de contas, estamos todos em família!!
Grande abraço!!

Paulo Roberto da Silva
(filho de Miriam Stricker-Silva, neto de Willy Stricker, bisneto de Reinhold Stricker, trineto do imigrante Gottlieb Stricker).



: : Projeto - 130 Anos dos STRICKER e STRICKERT-MAY no Brasil : :



1.0 - OBJETIVO DO EVENTO
Resgatar, tanto quanto possível, a história das famílias STRICKER e STRICKERT-MAY, desde sua origem mais remota, na velha Europa, passando pela figura dos imigrantes que aqui aportaram em 1880, até chegar à novíssima geração desta família que ajudou a construir Joinville e as demais cidades onde se fixou, destacando-se nas mais diversas áreas de atuação, seja no campo profissional, social e cultural, até os dias de hoje.


2.0 - ORGANIZAÇÃO DO EVENTO

O evento está sendo organizado pelos membros da família, sob a coordenação de Paulo Roberto da Silva e Heinz Stricker, respectivamente trineto e tetraneto do imigrante Gottlieb Stricker.
Contatos através dos seguintes e-mails: paulo_joinville@yahoo.com.br e heinzstricker@hotmail.com.


3.0 – FORMATAÇÃO DO EVENTO

3.1 – Os irmãos Gottlieb Stricker e Caroline Strickert-May

O imigrante Gottlieb Stricker (1844-1910), natural da Pomerânia (Pommern, em alemão), antigo ducado alemão que, a partir de 1806, fora incorporado pelo então Reino da Prússia, no norte da Alemanha atual, imigrou para o Brasil pelo Vapor “Valparaiso”, aqui chegando a 21 de maio de 1880, após um mês atravessando o Atlântico.

Na viagem Gottlieb se fez acompanhar da esposa Auguste Stricker (nascida Freitag) e de seus 07 primeiros filhos. Quatro outros filhos nasceriam no Brasil.

Contudo, além desse grupo familiar, outro enfrentou a travessia pelo mesmo navio e na mesma data, composto por sua irmã Caroline (Ernestine) Strickert, seu marido August May e seu filho Friedrich Stricker, de uma primeira união.

Gottlieb e família fixaram-se, desde o início, em Joinville-SC, estabelecendo-se na Südstrasse (ou Estrada do Sul). Seu sobrinho Friedrich (Fritz), todavia, acabou por se fixar e deixar descendência a partir da cidade de Castro-PR, ao passo que sua mãe Caroline com o marido August May, após partirem para Santos-SP, deixaram suas raízes no interior de São Paulo.

São estes, portanto, os 03 grandes ramos em que se divide a família Stricker no Brasil.

3.2 – O Evento

O evento alusivo aos 130 Anos dos Stricker e Strickert-May no Brasil é dividido em sub-projetos, todos relacionados à figura dos imigrantes de 1880, conforme segue:


a) colocação de uma coroa ou arranjo de flores no túmulo de Gottlieb e Auguste Stricker, existente no pequeno Cemitério da Estrada do Sul, situado na atual “Rodovia do Arroz” (Rodovia SC-413), em Joinville-SC, mediante breve cerimônia a ser realizada na manhã do dia 22 de maio de 2010 (um sábado), na presença de seus descendentes;
Detalhes dos túmulos dos imigrantes Gottlieb Stricker e Auguste Freitag Stricker, no cemitério luterano da "Estrada do Sul" (atual "Rodovia do Arroz")

b) realização de almoço festivo envolvendo os descendentes dos ramos formados pelos imigrantes Gottlieb Stricker, Caroline (Ernestine) Strickert-May e Friedrich (Fritz) Stricker, seguido de tarde com café, ocasião em que serão expostos a genealogia atualizada da família, fotografias que retratem sua trajetória, documentos e o brasão, o que deverá ocorrer no dia 22 de maio de 2010 (sábado), com eventual distribuição de material (a definir) alusivo à data;


c) exibição do selo postal criado pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), homenageando a família Stricker e estampando seu brasão;
Selo personalizado dos Stricker, numa homenagem dos Correios do Brasil


d) formação de uma Comissão para estudar a viabilidade da criação de um Instituto que leve o nome “Stricker”, destinado à cultura e à pesquisa histórica, o qual seria o guardião da memória da família, responsável por organizar as futuras reuniões de família, elaborar publicações a serem distribuídas entre os membros e manter atualizada a genealogia e os dados dos seus integrantes, como forma de perpetuar o sobrenome, sua história e a união entre os familiares, tornando-se, enfim, uma marca de distinção para a família;

e) elaboração de um livro narrando a saga da família Stricker, desde sua origem mais remota até o presente, acrescendo-se ao mesmo a genealogia atualizada do ramo brasileiro da família;
f) mobilização dos familiares para a localização de documentos, cartas, fotografias, quadros, livros e objetos os mais diversos, relativos ao grupo de imigrantes Stricker de 1880 e de seus filhos, como forma de catalogar tais itens e preservá-los para as gerações futuras, material este que poderia integrar o acervo do Instituto a ser criado.
g) formação de uma Comissão de Voluntários para tornar mais ágil a transmissão de informações sobre o evento, de modo a alcançar o maior número possível de familiares, bem como para viabilizar o cumprimento das metas acima e/ou de outras que venham a ser sugeridas e aprovadas pela maioria.
4.0 – DATA

O evento acontecerá no próximo dia 22 de maio de 2010, um sábado, na cidade de Joinville-SC, devendo envolver os familiares durante a manhã e tarde do referido dia.


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: : As Primeiras Gerações : :

: : As Primeiras Gerações : :


O sobrenome Stricker (originalmente von Stricket) pertence aos mais antigos da Região de Ibbenbüren, situada na Vestfália (ou Westfalen), oeste da Alemanha atual, nas proximidades da Floresta de Teutoburgo (Teutoburger Wald).
Trecho da Floresta de Teutoburgo, região de Ibbenbüren e Dörenthe, berço dos Stricker
Célebres formações rochosas nas proximidades de Dörenthe, conhecidas como "Dörenther Klippen"


Já no século XII os Cavaleiros von Stricket são documentados como vassalos dos nobres de Ibbenbüren. De acordo com um antigo documento de 14 de janeiro de 1189, o Bispo Bernhard von Paderborn - pertencente à nobilíssima família dos von Ibbenbüren -, doara, de comum acordo com sua irmã Gerberg e filhos de sua falecida irmã Hildeburg (Winnemar e Arnold von Thedem), toda a sua herança para a Igreja de Paderborn, requerendo, contudo, que a mesma fosse cedida ao seu primo, o Conde Simon de Tecklenburg, como feudo.
Por conta disso, no final daquele século (XII) ocorreu uma cisão entre esta nobre dinastia. Tão logo o Conde Simon de Tecklenburg recebeu como feudo o domínio de Ibbenbüren, opôs-se o nobre Albert von Ibbenbüren às tentativas de anexação das terras por parte do Conde de Tecklenburg. Albert, que era casado com a nobre Sophie von Stricket, contou com o apoio de seu sobrinho Konrad von Stricket nesta luta. Ao final dos combates, o conde Simon se sagrou vencedor, sendo que Albert acabou preso e cego, enquanto que seu sobrinho Konrad von Stricket foi desterrado.

Panorâmica do centro da cidade de Ibbenbüren, hoje com cerca de 51 mil habitantes, vista a partir das colinas de Dörenthe


Portal do Castelo de Tecklenburg


Assim, enquanto os Stricket da região de Dörenthe continuaram sob o domínio do Conde Simon de Tecklenburg, Konrad arcou com as conseqüências de seu ato e transferiu-se para a região de Horstmar, passando a atuar para seu primo, o nobre de Horstmar. Ele tornou-se administrador (Castelão) dos Castelos de Horstmar e Nienborg e ao mesmo tempo recebeu como feudo em Eggerode o Oberhof (cúria).


A pequena cidade de Horstmar, atualmente com cerca de 7 mil habitantes.


Também passou a ter o direito patronal sobre a Igreja de Eggerode. Igualmente a Capela de Peregrinação de Eggerode é uma doação da família nobre (Stricket). A imagem milagrosa dessa capela apresenta um estilo bizantino e provêm do século XIII. Nos séculos posteriores os Strickets de Eggerode tiveram muita inclinação para a Igreja, estando comprovado que a Capela de Nossa Senhora, da antiga Igreja de Horstmar, foi uma doação dessa família. Ela continha a imagem milagrosa de Nossa Senhora das Dores e servia de mausoléu para os von Stricket.
No ano de 1351, Conradus de Strick, sua mulher Holtke e seu filho Albert doaram ao Convento de Gross Burlo, perto de Borken, cinco chácaras de Eggerode, para que numa dessas chácaras fosse construído um Convento dos Wilhelmitas. Nas cinco chácaras doadas estão incluídas a chácara do prefeito de Eggerode e a casa do guarda florestal da paróquia de Eggerode. O novo convento foi construído na paróquia de Darfeld, bem na divisa com Eggerode, e foi chamado Klein-Burlo, perto de Borken. Mais tarde este convento foi transformado em Convento dos Zisterzienser e como tal permaneceu até acontecer a última decisão do Sacro Império Romano Germânico, ou seja, secularizar o que era eclesiástico (que ficou sujeito à lei civil).
Num outro documento, do ano de 1435, é mencionado o Molhe dos Strickes, na paróquia de Eggerode. Uma pequena ponte que se eleva sobre Vechte nas proximidades da aldeia denominada Strickes Schemm, conserva ainda hoje a memória da família nobre von Stricket. Num epitáfio da Igreja de Peregrinação de Horstmar está mencionado um “Conradus de Strick”, como falecido no ano de 1485.

Brasão de Ibbenbüren


Brasão de Tecklenburg
Brasão de Horstmar


Com relação ao grupo familiar que permaneceu vivendo em Dörenthe, sabemos relativamente bastante a respeito da linhagem desses nobres. Como dito acima, a nobre Sophie von Stricket casara com Albert von Ibbenbüren. Seu sobrinho Konrad trabalhou para os Horstmarer, enquanto que o irmão deste, o Cavaleiro Gyselbert de Strick, permaneceu em Dörenthe, sendo o tronco da linhagem de Cavaleiros que se seguiu.
Em 1253 o Cavaleiro Gyselbert de Strick, juntamente com seus filhos Heinrich e Konrad, ambos pagens, assinaram um documento de transferência de bens. A doação das terras deu-se no dia de São Dionísio.
Konrad de Strick, filho do acima citado (Gyselbert), constava como Cavaleiro do Conde de Tecklenburg no período de 1263 a 1279. O filho de Konrad, Gyselbert de Strick, foi mencionado, de 1277 a 1284, como Cavaleiro.
Em 01o de setembro de 1283, o Bispo Everhard von Münster comunicou a venda por parte do nobre Gyselbert von Stricket, da chácara Rodde bei Rheine ao Convento Gravenhorst, transferindo a posse dessa propriedade ao convento.


Convento de Gravenhorst, em Hörstel


Nesse documento era denominado como administrador (Castelão ou Burgrave) de Tecklenburg, o que significava uma distinção para um Cavaleiro. O Burgrave (ou Burggraf, em alemão), que tinha a dignidade de Conde, era o apoio decisivo na administração do condado. Justamente por ter sido Gyselbert von Stricket um Burgrave ou Castelão, as propriedades de Dörenthe foram-lhe dadas, por herança, como feudo. Com esta distinção, o Cavaleiro Gyselbert obteve uma influência sobre a política de seu senhor, o qual agora, por exemplo, precisava de seu consentimento para poder iniciar uma contenda.
No ano de 1284 aparecia Gyselbert pela última vez como Burgrave, enquanto que seu filho Heinrich constava ainda como pagem.
O filho mais jovem de Gyselbert, Konrad, constava como pagem até 1286. De 1286 até 1300 aparecia o acima citado Heinrich de Strick como Cavaleiro e Burgrave do Conde de Tecklenburg. O filho desse, também Heinrich, consta como pagem até 1288. E, desde esta data até 1315, como Cavaleiro.
Seu filho Arnold de Strick, como pagem do Conde de Tecklenburg, vende no ano de 1342, de comum acordo com sua esposa e seu filho Gyselbert, a chácara denominada Berentelget em Mettingen. De um documento de 15 de junho de 1345 tomamos conhecimento que Arnold e seu filho Gyselbert doaram numerário para o Asilo de Ibbenbüren. Ao mesmo tempo, Arnold fez grandes doações para a paróquia de Ibbenbüren. No ano de 1403, os Senhores de Strick cedem os seus direitos feudais ao Barão Essekying bei Borken.

Antiga imagem de Dörenthe e de seu porto fluvial, domínio feudal dos Stricker na Idade Média, de onde detinham o título de Cavaleiros (Ritter von Dörenthe)

Vista atual de parte da área portuária de Dörenthe


Percebe-se pelos dados acima, afora outros documentos existentes, que o sobrenome Stricker mudou muitas vezes, no decorrer dos séculos. Assim é que, de 1189 ao século XIII, é grafado como "von Stricket"; no século XIII aparece como "de Strick"; de 1300 até 1475 como "von Strick"; até 1550 como "to Strick"; até 1680 como "ter Strick"; até 1750 como Stricker, forma que foi mantida pelo ramo brasileiro da família, eis que na região de Dörenthe o ramo original passou a grafar-se Kleine-Stricker e Grosse-Stricker, em alusão às duas propriedades remanescentes do antigo castelo feudal.

Sinalização indicativa: Dörenthe é aqui!Parque Natural em Dörenthe

Vista parcial da localidade de Dörenthe, que conta com cerca de 1.400 habitantes, hoje um distrito da cidade de Ibbenbüren

Inverno de 2010 em Dörenthe


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: : Duelo no Século XVI : :

: : Duelo no Século XVI : :


A família Stricker possui muitas histórias e lendas a serem contadas. Isso é bastante comum em famílias muito antigas, com um passado de vários séculos.
Uma dessas histórias, que se tornou quase uma lenda e gerou a publicação de livros, diz respeito às duas Cruzes de Pedra...


Ela nos remete ao início do século XVI, quando dois irmãos da família Stricker duelaram até a morte, motivados por uma disputa de terras.
Já à época eram eles Cavaleiros de Dörenthe, localidade que, por herança feudal, pertencia-lhes. Contudo, por um pequeno pedaço de terras que estava situado no Domínio dos Cavaleiros de Brochterbeck, de quem eram primos, dois irmãos von Stricket entraram em uma acirrada disputa que os acabou levando ao Tribunal mais próximo, em Lingen.
No dia da decisão, o irmão mais velho dirigiu-se a Lingen para saber qual a sentença e, no caminho, no trecho da estrada que liga Ibbenbüren a Münster, nas proximidades de Dörenthe, encontrou-se com seu irmão mais novo, que retornava do Tribunal. Nesse momento, ficou sabendo do teor da decisão e de que esta favorecia ao mais novo.
Os dois irmãos começaram a discutir e o calor da discussão os levou a travar um duelo, ao final do qual ambos ficaram mortalmente feridos...


Como forma de expiação por esse ato trágico cometido por irmãos de sangue, a família von Stricket mandou erigir uma Capela Privada no exato ponto onde o duelo ocorreu, à beira da estrada, que dedicaram a... Santa Catarina! Nem poderiam eles imaginar que, quase 4 séculos depois, parte de seus descendentes rumaria para o Brasil e se fixaria no Estado de... Santa Catarina!

Consta que, posteriormente, sobrevindo tempos de guerra, a Capela fora destruída. No local, para continuar perpetuando o fato, mandou-se erigir 3 cruzes de pedra, das quais hoje somente duas restaram, sóbrias, silenciosas, recordando-nos do triste dia em que dois irmãos desataram o laço fraterno que os deveria unir para sempre.





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: : Rumo à Pomerânia e, por fim, ao Brasil! : :

: : Rumo à Pomerânia e, por fim, ao Brasil! : :


O nome de família Stricker passou por variações na sua grafia no decorrer dos séculos. Assim, de 1680 a 1750 aparece ele apenas como “Stricker” e, a partir de 1750, como “Grosse Stricker” e “Kleine Stricker”.
A distinção Grosse-Stricker e Kleine-Stricker diz respeito ao tamanho das áreas remanescentes do antigo castelo feudal dos von Stricket. Referido castelo, hoje não mais existente, situava-se na Campina de Gravenstück, e de toda a área que o circundava restaram em poder da família apenas duas fazendas, uma maior (com 10,8 hectares), que ficou sob o domínio dos agora denominados Grosse-Stricker, e outra ligeiramente menor (com 10,5 hectares), que quedou em poder dos chamados Kleine-Stricker. Ainda hoje, na Vestfália, região alemã onde se situa Dörenthe, encontramos pessoas com tais sobrenomes.
Na propriedade Kleine-Stricker, na qual há um conjunto de construções provavelmente de fins da idade média, até recentemente morava Franz Kleine-Stricker. Nela havia uma velha viga na cumeeira de uma das construções, contendo uma inscrição que atestava a profunda religiosidade daquela antiga família. Eis o verso:
“Somente nas tristezas de breves dias
serve esta casa como moradia,
porque a cada batida do sino
já a morte se manifesta.
Portanto construa, em tempo hábil,
uma casa para a eternidade.”
Bernard von der Stricket e sua esposa Mike, 1664.


Todavia, os membros da família Stricker que imigraram para o Brasil, eram procedentes da Pomerânia e não da Vestfália, grafando seus sobrenomes como “Stricker”, somente. A explicação está no fato de que, no século XVII, antes da cisão da família entre os Grosse-Stricker e os Kleine-Stricker, várias famílias da região migraram para a Pomerânia, dentre as quais um ramo da família Stricker.

Brasão da Pomerânia, com o grifo característico


Uma vez estabelecidos no norte da Alemanha, na “Pommern”, passaram a viver como simples camponeses, em terras pertencentes a algum grande proprietário a quem deviam trabalho. As terras da família, em Dörenthe, ou passaram a se concentrar nas mãos do primogênito de cada geração, excluindo os demais, ou então, acabaram se diluindo entre os vários membros da família após sucessivas partilhas realizadas ao longo do tempo.
Além do mais, incontáveis foram as doações feitas pela família, no curso dos séculos, para igrejas, conventos, hospitais, asilos, etc., dissipando-se o patrimônio, gradativamente, nestas obras e nas vendas de terras efetuadas.
A Pomerância era um antigo ducado situado no nordeste alemão e que, a partir de 1806, fora incorporado ao todo-poderoso Reino da Prússia, assim permanecendo.
Nele vamos encontrar o nome de Carl Ludwig Strickert, casado com a pomerana Wilhelmine Weber (*1813 em Mühlendorf; +1877 em Schönwalde), ambos residindo em Woitzel, pequena aldeia então pertencente ao Distrito de Regenwalde.

A aldeia de Mühlendorf, onde nascera Wilhelmine Weber Strickert, situa-se entre os campos, mantendo uma métrica medieval e apresentando um tamanho médio. No alto, a aldeia é dominada por um moinho holandês do século XIX, de tijolos, com 4 pás e cúpula de ferro fundido, contendo 3 andares e sótão, nas medidas de 14 metros de altura por 10 metros de diâmetro, hoje atração turística. A partir de 1945, com o fim da II Guerra Mundial, Mühlendorf foi separada da Alemanha e incorporada à Polônia, sendo rebatizada com o nome de Poradz. Também foi desligada do Distrito de Regenwalde, passando a integrar o Distrito de Labes, igualmente anexado à Polônia e rebatizado como Lobez.

Moinho construído no século XIX em Mühlendorf (Poradz)


Já a aldeia de Woitzel, que acolheu o casal Carl Ludwig Strickert e Wilhelmine Weber Strickert, e na qual nasceram seus dois primeiros filhos (Johann Gottlieb e Caroline), em 1844 e 1847, respectivamente, consiste em uma localidade muito antiga, já conhecida em 1280. Nela se destaca um castelo renascentista do século XV e uma antiga igreja protestante construída em 1580, cuja pitoresca torre revestida de madeira data do século XVIII, coberta por uma cúpula octogonal. Nela se situa o mais antigo e um dos mais belos altares protestantes da Pomerânia Ocidental, dividido em 5 partes e decorado com representações esculpidas do Novo Testamento. Nesta igreja devem ter se casado Carl e Wilhelmine, bem como batizados seus dois primeiros filhos.
A partir de 1945, também Woitzel foi desligada de Regenwalde e incorporada ao Distrito de Labes (Lobez), deixando de integrar a Alemanha e sendo anexada à Polônia, onde foi rebatizada como Wysiedle.

Igreja protestante de Woitzel (hoje Wysiedle), construção renascentista do século XVI.
Parte central do altar da igreja protestante de Woitzel (Wysiedle), do século XVI, representando a crucificação.


Posteriormente, a família Strickert parece ter se fixado em outra aldeia próxima, de nome Rienow, onde encontramos o registro de nascimento de um terceiro filho, Julius (cerca de 1850). Rienow é uma pequena aldeia, de origem medieval, mencionada em 1595 como feudo de um grande senhor local. Nela há uma fazenda com um grupo de residências na parte norte, e um impressionante palácio de 2 andares datado de 1890. Na ponta da aldeia são preservados fragmentos de um cemitério protestante e de uma antiga igreja do século XVIII. Desde 1945, também Rienow foi desmembrada da Alemanha e anexada à Polônia, sendo rebatizada como Rynowo.

Mencione-se aqui que na Pomerânia os Strickert não dispunham de uma propriedade, residindo nas terras de algum grande senhor, para quem trabalhavam. Findo o contrato ou insatisfeitos com as condições, provavelmente mudavam de aldeia, passando a laborar para um outro senhor. Este deve ser o motivo pelo qual há o registro de sua presença em sucessivas aldeias da região.

Por fim, acabaram por se fixar em Schönwalde, onde faleceu a matriarca Wilhelmine Weber Strickert, em 1877. Também lá nasceram seus netos, filhos do primogênito Johann Gottlieb. E foi de Schönwalde que as famílias Strickert (Stricker) e Strickert-May partiram, em 1880, rumo ao Brasil, sendo esta aldeia a última anotação da presença deles no solo alemão.
Antiga aldeia medieval, Schönwalde conserva o sistema de praças, situando-se às margens de um lago artificial. Dominando a aldeia fora erigido, na Idade Média, um castelo fortificado, a partir do qual posteriormente se construiu, em uma pequena colina, um palácio renascentista, Junto ao palácio há um parque, margeando o lago, no qual se destacam imponentes faias, com altura superior a 4,5 metros, além de enormes freixos.
A igreja de Schönwalde fora construída também no período medieval, sendo a igreja atual uma edificação de 1845, tendo ao lado um cemitério municipal que, no passado, fora protestante, datado da segunda metade do século XIX. No rústico Campanário de madeira, aberto, há um sino fundido em 1603.
A partir de 1945, também Schönwalde foi destacada do território alemão e incorporada à Polônia, sendo rebatizada como Zajezierze, deixando de pertencer ao Distrito de Regenwalde para se integrar ao Distrito de Labes (depois, Lobez).

Antigo postal de Schönwalde, destacando-se o Castelo (Schönwalde Schloss) e parte da aldeia.


Imagem do Schönwalde Schloss, o palácio renascentista erigido junto ao antigo castelo fortificado de Schönwalde.









Campanário de madeira aberto, da igreja de Schönwalde, com sino fundido em 1603, remanescente da igreja ali existente na Idade Média.


Até o momento, conseguiu-se apurar a existência de apenas 03 filhos ao casal Carl Ludwig Strickert e Wilhelmine Weber Strickert:
1) JOHANN GOTTLIEB ERDMANN STRICKER(T);
2) CAROLINE HENRIETTE (ERNESTINE) STRICKERT;
3) JULIUS CARL WILHELM STRICKERT.

Os dois primeiros irmãos acima listados decidiram, igual a tantos outros, imigrar para o Brasil na companhia de seus cônjuges e filhos, fazendo-o no ano de 1880, o que deu início a uma nova fase na quase milenar história desta antiga estirpe, agora no Novo Mundo.
Anúncio do século XIX, contendo imagem de um Vapor, tal qual o que trouxe a família Stricker ao Brasil, em 1880
A viagem histórica se deu a partir do porto alemão de Hamburgo, para onde a família se dirigiu e, a 20 de abril de 1880, embarcou no Vapor "Valparaiso". Após um mês atravessando o Atlântico, o navio atracou no porto catarinense de São Francisco (hoje São Francisco do Sul), o que se deu a 21 de maio de 1880.
Johann Gottlieb Stricker adquiriu uma propriedade na área rural de Joinville, de início na então chamada “Verbindungsweg”, a “estrada de ligação” entre a Estrada do Sul e a localidade de Neudorf. Poucos anos depois, vendeu-a para comprar uma situada na própria Estrada do Sul (a “Südstrasse”). Lá construiu ele mesmo uma casa para sua família, feita de estuque e coberta de palha, bem como uma Olaria e um Engenho de Cana. Represou dois riachos que cortavam sua propriedade para, no encontro dos mesmos, formar um açude e construir um monjolo para a socagem do arroz e do café que plantava.
Este homem incansável, inteligente e criativo, mas muito severo e pouco comunicativo, veio a falecer aos 66 anos de idade, vítima de pneumonia, a 03 de setembro de 1910. Após sua morte, com os tijolos e telhas que ele próprio fabricara na sua Olaria, seus filhos demoliram a antiga casa de estuque em que vivera, construindo outra, cerca de 1914, no mesmo local mas no estilo enxaimel. Nesta casa residiu, até sua morte em 22 de dezembro de 1919, a esposa Auguste Stricker.
No túmulo de Johann Gottlieb Stricker, ou apenas Gottlieb Stricker, foi gravada a seguinte inscrição, que de certa forma nos recorda o sentimento de religiosidade da família, já manifestado quando daquela outra inscrição que estivera gravada na viga da casa em que viviam os Stricker de Dörenthe:
As flores crescem e caem.Assim floresce o homem e desce ao túmulo.Quando Deus nos chama para a morte branda.
No céu está nosso lar!"

Em 1911, a imigrante Auguste Freitag Stricker (1847-1919), então viúva, reúne-se com 10 dos seus 11 filhos (o primogênito Julius já havia falecido), além de alguns genros, noras e netos. Na legenda, os nomes de cada qual (arquivo pessoal).


Dos seus onze filhos descendem inúmeras famílias, hoje espalhadas por várias cidades brasileiras.
Por conseguinte, no próximo dia
21 de maio de 2010 serão comemorados os 130 anos da chegada desse grupo de pioneiros ao solo brasileiro. Participem!!

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