sábado, 20 de março de 2010

: : Os Stricket e as Cruzadas / Origens Remotas : :

: : Os Cavaleiros von Stricket e as Cruzadas : :


No ano de 1189 o nobre Albert von Ibbenbüren (Senhor de Ibbenbüren e considerado o 1º Cavaleiro de Brochterbeck) aliou-se a seu sobrinho Konrad von Stricket (Cavaleiro) em uma disputa contra seu primo, o Conde Simon von Tecklenburg (Conde de Tecklenburg). Tal disputa ocorreu por não concordar o nobre Albert com a doação feita por seu irmão Bernhard von Ibbenbüren (Bispo de Paderborn) do Domínio Ibbenbüren ao primo Simon, ao invés de fazê-lo em prol de seu próprio irmão (Albert).
Como já narrado aqui nesse blog, Albert fora preso e cego, e seu sobrinho Konrad desterrado para a região de Horstmar, onde acabou por se tornar Castelão de Horstmar e Nienborg. Nesse mesmo tempo, seu irmão Gyselbert von Stricket permaneceu vassalo do Conde de Tecklenburg, assumindo a condição de Cavaleiro e sendo o tronco da geração de Cavaleiros de Dörenthe que se seguiu.

No entanto, enquanto a Vestfália sofria com os rigores dessas disputas familiares, a Europa Ocidental iniciava uma nova expedição militar e religiosa em defesa da Terra Santa. Era o início da Terceira Cruzada! E dela nossos ancestrais tomaram parte!

Diante da ocupação de Jerusalém pelo Sultão Saladino, em outubro de 1187, o Papa Gregório VIII tomara a iniciativa de convocar os nobres e monarcas da Europa para sua retomada. Seu apelo fora atendido: desde o ano de 1095, quando do início da Primeira Cruzada, nunca a Europa reunira tantos guerreiros cruzados para lutar pela conquista de Jerusalém.
Nesta, que ficou conhecida como "Cruzada dos Reis", tomaram parte três dos mais notáveis monarcas da história: o rei Felipe Augusto (Felipe II, da França), o imperador Frederico Barbarroxa (Frederico I, da Alemanha), e o rei Ricardo Coração de Leão (Ricardo I, da Inglaterra).




Felipe II Augusto
(*1165; +1223)


Ricardo Coração de Leão
(*1157; +1199)



Frederico Barbarroxa
(*1122; +1190)


Os apelos do Papa não deixaram de ecoar também entre os nobres da Vestfália (Westfalen). Todavia, a Terceira Cruzada teve início no ano de 1189, o mesmo ano em que ocorreu a cruel disputa entre os Tecklenburg, Ibbenbüren e Stricket pelas terras do Bispo de Paderborn, de modo que, nesse primeiro ano, os nobres vestfalianos estavam ocupados com lutas internas.
Findos os conflitos na região, já em 1190 aqueles nobres se uniram em torno de um inimigo comum: os mouros! Atendendo ao chamado do imperador germânico Frederico Barbarroxa, rumaram à Terra Santa sob a liderança do Conde Simon de Tecklenburg (*1140; +1202, Conde de 1156 a 1202), tomando parte na Terceira Cruzada.
Consta o registro de que, nessa Cruzada, um nobre Cavaleiro de Brochterbeck (Konrad von Ibbenbüren, único filho e sucessor de Albert e primo-irmão de Gyselbert von Stricket) fora salvo da morte certa pela companhia do Conde Simon: o Conde, que cegara e prendera Albert, pai de Konrad, salvara a vida do filho!
No mesmo ano de 1190, contudo, faleceu o imperador Frederico Barbarroxa, quando atravessava a Ásia Menor, o que desestabilizou grande parte de suas tropas.
Mesmo assim, a partir dessa época, o Condado de Tecklenburg adquiriu importância crescente, expandindo suas possessões e se tornando, já em 1207, o maior e mais importante condado do norte da Vestfália, com seus condes alcançando fama por sua capacidade guerreira.

Castelo dos Condes de Tecklenburg (Burg Tecklenburg)


Cumpre destacar nesta Cruzada, por fim, a participação, pela primeira vez, dos célebres Cavaleiros Teutônicos, uma das mais poderosas e influentes ordens militares cruzadas da Europa, composta por soberanos e nobres dos diversos Estados germânicos.

Embora a Terceira Cruzada tenha encerrado no ano de 1192 sem a retomada de Jerusalém, serviu para consolidar os estados cristãos no Oriente, preparando terreno para que, dez anos após, tivesse início a Quarta Cruzada...


: : Origens Remotas : :

A origem da família Stricker se confunde com a das famílias que habitavam as terras do Condado de Tecklenburg, na Vestfália medieval. Naquela época, os casamentos no seio da nobreza, em particular a alemã, ocorriam apenas entre seus próprios membros, evitando-se que pessoas de classes sociais distintas ascendessem por força do casamento.

Assim é que, analisando-se a genealogia das famílias vestfalianas, percebe-se que os von Stricket estavam ligados pelo parentesco aos Senhores von Ibbenbüren, aos Cavaleiros de Horstmar, aos Cavaleiros de Brochterbeck, aos Condes de Tecklenburg e aos nobres von Ösede e von Diepholz, dentre outros, sendo todos eles descendentes das nobilíssimas famílias dos Duques von Ludolfinger e von Wittekinder. As genealogias expostas abaixo ajudam a elucidar uma parte desses laços de família:

Genealogia dos ancestrais dos von Stricket e das demais famílias da região (arquivo pessoal)

Genealogia dos von Stricket, Cavaleiros de Dörenthe (arquivo pessoal)


Constata-se, assim, que todas aquelas famílias descendiam de um mesmo casal, formado a partir da união do Conde Liudolf, da Casa Real e Ducal de Saxe (herdeiros do imperador Carlos Magno), com a Condessa Aldburg, da Casa de Wittekinder (herdeiros do duque saxão Wittekind, um dos maiores rivais de Carlos Magno).
Observando-se mais adiante, verifica-se que o Conde Ludolf era filho do Duque Otto , o Ilustre (*836; +912), Duque de Saxe, casado com a princesa alemã Haduwi (ou Hedwig, *903). Era esta princesa filha do imperador alemão Arnulf (*850; +899), neta do rei Carlomano (*828; +880, rei da Baviera e da Itália), bisneta do rei alemão Luiz II, o Germânico (*804; +876), trineta do rei franco Luiz I, o Piedoso (*778; +840), e tetraneta do imperador Carlos Magno (*742; +814, que foi o rei Charles I da França e Karl I da Alemanha).

Eis, portanto, o modo como também nós, da família Stricker, descendemos em linha reta (e não na colateral) do grande monarca franco Carlos Magno, considerado pelos historiadores como o maior governante de toda a Idade Média.

No entanto, a origem mais remota da família Stricker parece apontar para o século III antes de Cristo, ainda no período romano.
Tal se explica, em parte, por se tratar de uma família de origem nobre e, como se sabe, tais famílias tinham sempre sua história muito bem registrada e documentada.

Assim é que, continuando nossa genealogia a partir de nosso ancestral Carlos Magno, e com base em pesquisas genealógicas encontradas na internet (cuja autenticidade não temos condições de apurar) transparece a seguinte situação: era ele neto do famoso Charles Martel, que deteve a invasão árabe sobre a Europa ("com a força de um martelo", se dizia na época, daí o cognome "Martel") na famosa batalha de Poitiers, no ano de 732 d.C.. Charles Martel era neto de Santa Begga de Brabante (+693, filha de São Pepino de Landen e de Santa Ida) e de seu marido o Margrave Andegisus. Este Margrave (título equivalente ao de marquês) era filho de Santo Arnoldo de Metz (+16/08/641 d.C.), que ao fim de sua vida se retirou para a floresta de Vosges, na fronteira da França com Alemanha, levando vida de eremita e lavando os pés dos peregrinos em sinal de humildade.
Santo Arnoldo era trineto, pelo lado materno, do rei franco Clovis I (o primeiro monarca bárbaro a se batizar cristão), rei este que foi marido de Santa Clotilde, outra antepassada da família canonizada pela igreja. Já pelo lado paterno, Santo Arnoldo era quinto-neto (ou pentaneto) do rei franco Faramond (*370 d.C. na Westfália, +427 d.C.), figura quase lendária da história da França, o qual era dodecaneto do rei gaulês Markromir IV (+149 d.C.). Este rei da Gália foi casado com nossa antepassada Athildis da Silúria, que era neta de Marius, rei da Silúria (+125 d.C.), sendo Marius filho do rei Arviragus da Silúria e da princesa romana Genuissa Venus Julia. Esta princesa romana era filha do imperador Claudio I (chamado de "o divino Claudius", *10 a.C.; +54 d.C.).

O imperador romano Claudio era sobrinho do imperador Tibério, que foi o monarca que governou o Império Romano na época em que Cristo nasceu...

Claudio I, nosso antepassado, era filho de Claudius Drusus Germanicus e de sua esposa Antonia Menor, sendo ela filha do famoso Marco Antonio e de sua esposa Octávia Maior (*64 a.C.; +11 a.C.). Como se sabe, nosso antepassado Marco Antonio abandonou a esposa Octavia (irmã do imperador Octávio Augusto) para se unir à rainha egípcia Cleópatra (de quem não descendemos), mas isso é outra história...

Retrocedendo ainda mais em nossa genealogia, temos que Octavia era filha de Gaius Octavius IV (+59 a.C.) e de sua esposa Atia, sendo Atia filha de Marcus Atius Balbus e de sua esposa Julia (+51 a.C., irmã do famoso Julio Cesar). Nossa ancestral Julia era filha de Gaius Julius Caesar III, que era bisneto de Sextus Julius Caesar (+180 a.C.), que por sua vez era neto de Numerius Julius Caesar (o primeiro dos Césares) e bisneto do consul romano Lucius Julius Libo (+267 a.C.), filho do também Lucius Julius Libo, o que nos faz chegar, enfim, ao século III a.C..

Contudo, há outros estudos genealógicos que apontam no sentido de que nossa origem estaria ainda mais distante no tempo, eis que Lucius Julius Libo seria hexaneto (ou sexto-neto) de Numerius Julius Julus, que viveu aproximadamente no século V a.C...

Enfim, listou-se acima apenas algumas das muitas gerações (mais de 300) que comporiam a história da família Stricker através dos séculos.
A nós, das gerações atuais, cumpre recordar e seguir as palavras do genial poeta alemão Goethe:

"O que herdaste de teus antepassados, conquista-o, para que te pertenças!".

Cabe-nos, portanto, herdeiros desse passado por um lado particular, por outro mostrando-se universal, honrar a herança familiar que nos foi legada.

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Um comentário:

Unknown disse...

Mi nombre es Alejandro Striker. Mi email es: alejandro.striker@gmail.com.
Vivo en Puerto Rico. La familia Stricker esta en Puerto Rico desde 1825, el primer inmigrante vino de Saint Thomas a Puerto Rico se llamo Enrique Louis Stricker.